Biografia: Alfredo Bulhões Gago da Câmara

Convidado de honra: http://povoadelanhosoacounoseum.blogspot.com/ Alfredo Gago da Câmara - Músico e Compositor
Biografia: Alfredo Bulhões Gago da Câmara

Alfredo Bulhões Gago da Câmara nasceu na ilha de São Miguel, Açores, em Vila Franca do Campo no ano de 1958. Ainda criança, escola primária, denotou grandes aptidões para a música, iniciando nesta altura os primeiros acordes na guitarra clássica. Embora execute, com conhecimentos mínimos, diversos instrumentos musicais, especializou-se mais em instrumentos de cordas possuindo hoje a carteira profissional de viola e de guitarra portuguesa emitida pelo Sindicato dos Músicos Portugueses.
Alfredo Gago de Câmara, como é conhecido, é um músico que já actuou diversas vezes em todas as ilhas dos Açores (teatros, centros culturais, restaurantes, festas concelhias, eventos diversos, etc), Madeira (festas da Madeira whine, festas de São Vicente, etc), no continente português em diversos lugares e distritos, Lisboa (casa dos Açores, casas de fado, aula magna, etc). Acompanhou diversos artistas e fadistas sobejamente conhecidos em Portugal e também no estrangeiro, principalmente em países aonde existem comunidades portuguesas, tais como: América, Canadá, Luxemburgo, Brasil e Venezuela.
Por diversas vezes Alfredo Gago da Câmara participou em programas de rádio, e de televisão com actuações em grupo, ou a solo, ou acompanhando às guitarras outros músicos e artistas.
Alfredo Gago da Câmara emprestou a sua arte para cerca de 50 edições discográficas e algumas cassetes áudio. Nestas edições, ele próprio foi o produtor de 1 single, ainda em vinil, e 29 C.D's., aparecendo em alguns destes trabalhos a solo, com voz, execuções, orquestrações, composições e até como autor de muitos poemas, estando neste momento a escrever um livro aonde pretende deixar também estes registos. Possui dezenas de temas da sua autoria, por ele editados, ou interpretados por outros músicos e cantores. Muitas destas criações hoje estão registadas na Sociedade Portuguesa de Autores da qual é sócio desde 1980 com o número 8.130.
Actualmente, Alfredo Gago da Câmara é diversas vezes solicitado para actuações de câmara, principalmente na área do fado, no entanto, faz composições, execuções e orquestrações de outros géneros musicais no seu estúdio particular de gravação, que utiliza também para a produção das suas próprias criações.
Alfredo Gago da Câmara foi professor de viola da terra no Conservatório Regional de Ponta Delgada e de guitarra clássica nas escolas da M.M. Music em Ponta Delgada. Foi também formador de diversos cursos de instrumentos de cordas em Santo António, Lagoa, Fenais da Luz, Vila Franca do Campo, freguesia de Calhetas, Ribeira Seca da Ribeira Grande, Matriz da Ribeira Grande, Rabo de Peixe, Pico da Pedra, etc.
Alfredo Gago da Câmara também foi monitor de cursos de expressão musical na Escola profissional de Capelas, Escola Profissional de Ribeira Grande e é desde oito anos o responsável pelas actividades culturais na Fundação Escola Profissional de Vila Franca do Campo, exercendo o cargo de Técnico de Apoio às Áreas Sócio-culturais nesta instituição. Possui diploma de Formação de Formadores, diploma em vigor de formador emitido pela Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada e é certificado pela Direcção Regional da Juventude, Emprego e Formação Profissional dos Açores.
Alfredo Gago da Câmara é casado com Piedade Rêgo Costa, fadista açoriana, possuidora de uma voz impregnada de sentimento que também já gravou dezenas de fados editados em cds. Emprestou também a sua voz para bandas sonoras televisivas, cantou em todas as ilhas dos Açores e realizou centenas de espectáculos, incluindo casas de fado também em Lisboa, Estados Unidos e Canadá, o que lhe valeu o prémio açoriano de carreira em 2008. No próximo mês de Março, Alfredo e Piedade Rêgo Costa irão lançar mais um álbum a solo nos Açores e em Lisboa intitulado "Fados e Guitarradas".

Alfredo Gago da Câmara afirma que no centro de todas as coisas, que fez, que faz ou em que participa, encontra sempre um coração de fadista, que é seu, e que palpita sempre que os seus braços abraçam uma viola ou uma guitarra portuguesa.

Janeiro 2010

Convidado de Honra pelo autor povoense Quelhas “Alfredo Bulhões Gago da Câmara”

alfredogagocamara@sapo.pt
estudiosalfa@hotmail.com
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http://hi5.com/friend/p310010632--Alfredo_Câmara--html

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A Bola de Fogo


Perqueno texto de um conto do livro que ando a escrever e que nunca mais fica pronto!


...Somos, de facto, uns heróis sedentos de outras distracções diferentes! Encomendamos aos mais modernos Shoppings Centers de diferentes e avançados paízes, um brinquedo invisível a que demos o nome de Evolução. A Evolução chegou até nós grávida e passou a habitar no centro da nossa pacata selva. Passados nove meses, deu à luz duas lindas meninas gêmeas, de óvulos diferentes: a Sensatez e a Alienação.
A Sensatez, em forma de água, cria os seus cursos de rios naturais, limpos e bem definidos. É branca, meiga, transparente e pura. A Alienação, em forma de fogo, é mais extrovertida. Produz tal fascinação atractiva e calorosa, que cativava qualquer inocente bem-intencionado.
A própria comunicação social rende-se ao seu fascínio e promove-a em filmes, estações de rádio, festas de paróquia, revistas da actualidade social e até lhe dá direito a tempo de antena todos os dias na televisão. Muitas vezes a Alienação perde o controlo. Não se limita apenas à beleza de algum contraste com a normalidade, ao tempero da frigidez, da inibição e ao calor quanto baste. Desenfreia-se, perdendo completamente o juízo. Começa por queimar aqui ou ali umas ervinhas insignificantes, ingere depois algumas acendalhas e passa mesmo a injectar-se com petróleo, depois com gasóleo. Experimenta todas as gasolinas e por fim a benzina e nunca chega ao auge da sua satisfação.
Esta bola de fogo enorme começa a aumentar alastrando-se de tal forma pela floresta, que acaba por rodear e asfixiar todos os rios, lagoas e as barragens resistentes, não as conseguindo destruir completamente, apenas porque, como se sabe, a água é indestrutível e sempre mais forte do que o fogo.
Felizmente...

Alfredo Gago da Câmara

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Dedilhados Suaves e Mansos


DEDILHADOS SUAVES E MANSOS

O proprietário de uma casa neste país, não terá qualquer problema em endividar-se, desde que esta habitação tenha sido construída com benefícios fiscais e lhe tenha sido oferecida de mão beijada, porque nada tem, pouco ou nada trabalha, nada produz, e tudo reclama. Uma empresa, mesmo falida, para continuar em actividade neste mesmo país, poderá também sobreviver com perdões fiscais, sendo administrada por um político filiado, do poder ou não, que tudo tem, pouco ou nada trabalha, nada produz, e tudo reclama.
A outra grande semelhança que existe entre estes dois é o facto de nenhum deles ser responsabilizado pelas burrices que cometeu ou que comete. O primeiro porque continua a fazer o que lhe dá na real gana. Não tem qualquer prejuízo no seu bolso vazio, ou na sua promoção de carreira profissional que a maior parte das vezes não existe. Por isso, este não tem absolutamente nada a perder. E o segundo… Também! Só que mesmo assim lhe chovem depois as promoções meritórias (?), por ele legisladas, que lhe irão ser conferidas também através de excelentes e precoces reformas sociais pela sua ilustre e brilhante (?) carreira politica.
Mais uma grande semelhança que existe entre ambos é que os dois são polivalentes no desempenho dos seus ofícios. O primeiro é capaz de fazer de pedreiro, de pintor, de electricista, de lavrador, de canalizador, de cantor pimba, de pescador, de segurança num bar nocturno, etc. Excepcionalmente, com algumas cunhas, alguns até conseguem chegar a pequenos empresários e comerciantes de produtos que garantem o emprego e o ordenado a muitos advogados, juízes, médicos e psicólogos, o que é óptimo! O segundo percebe de advocacia e legislação, de pintura clássica, de obras públicas, de aviação, de música, de escultura, de telecomunicações, de economia, de administração bancária, etc. Às vezes, também com algumas cunhas, consegue mesmo chegar a grande empresário e administrador de importantes instituições e, é claro, garante também o emprego e o ordenado a muitos recém-formados e promissores jovens doutores, o que também é óptimo!
O grande problema é que existem outros que, por enquanto, são a maioria: os que ainda pouco ou alguma coisa têm, mas que trabalham e tudo produzem sem reclamar, e que, por incrível que pareça, ainda sustentam os primeiros e os segundos! Alguns, a pouco e pouco vão se afundando e entulham-se com os primeiros. Outros, os alisadores, impulsionados por uns duvidosos mas felizes empurrões, rolam para a bola de neve dos segundos. Ambos vão deixando um enorme e declinado fosso vazio que um dia acolherá os destroços de uma colisão inevitável entre os dois e, dos sobreviventes, irá renascer uma outra forma de viver seguramente mais humana, mais feliz, mais realista e mais justa neste meu país.
Nesta altura, a minha humilde guitarra para sempre já se calou! Fartou-se de vibrar com soluços incompreendidos. Orgulho-me dela pela sua persistente forma educada e sensível que tem de soltar os seus pianos trinados. Já lhe confidenciei, que enquanto me crescerem as unhas, irei sempre soltar-lhe os lamentos, embora de surdina! Naturalmente será porque, quando a encosto ao peito, lhe vou transmitindo de uma forma meiga o que me sai do coração, apenas com dedilhados suaves e mansos.

Alfredo Gago da Câmara

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O ÚLTIMO FIM DE VIDA NÃO É A EXCELÊNCIA

O autor deste texto é João Pereira Coutinho, jornalista. Vale a pena ler!

Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição. Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o sonho, os restaurantes de sonho. Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac.
É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos. A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima. Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Quem semeia ventos... Colhe tempestades

Recebi num email assim... Sem o autor identificado. Uma das histórias mais lindas que já li!
...para perceber esta história não é preciso acreditar no Menino Jesus.....

A Loja de Menino Jesus

Entrei e vi um anjo no balcão.
Maravilhado perguntei-lhe: "Anjo, o que vendes tu?"
Ele respondeu-me: "Todos os dons de Deus".
Contemplei a loja e vi jarros com compaixão, frascos com fé, pacotes com esperança, caixinhas com amor, potes com sabedoria...
Perguntei-lhe: "Custam muito caro?"Respondeu-me: "Não, é tudo de graça.
"Então, enchi-me de coragem e pedi: "Por favor, Anjo, quero uns quilos de perdão, muito amor, uma caixa com fé, um bocado de felicidade e um pacote de salvação eterna para mim e para a minha família."
Então o Anjo preparou um pequeno embrulho, tão pequeno que cabia na palma da minha mão, e entregou-me.
Espantado, mais uma vez lhe perguntei: "Está tudo aqui?"
O Anjo respondeu-me sorrindo: "Está sim. Na nossa Loja não vendemos frutos, apenas sementes."